sábado, 12 de dezembro de 2009

Subjetivo...


Transformada pelo tempo.

Sentindo, sofrendo, chorando...

O desejo descoberto passa ao longe.

Na estação de chegada...a partida.

Em pedaços de mim mesma escrevo sem nexo do que eu quero realmente.

Escrevo eu palavras belas, sinceras?

O que realmente quero, transforma-se em exagero. Subtração.

Escombros do que eu era...passado.

Lembranças do presente...desejo.

Mistérios do futuro...lâmpejo.

Sonhos...realizados e desejados

Ao menos sonhados em profundo sono.

Sentido não encontro...encontro gestos.

Respiração, afagos...desperto!

Sonhei?

Não, não sei dizer ao certo.

Apenas eu...ou seria você? Nós?

...talvez...

Entendes tudo, mas não sabes nada!

E o nada? Existe?

E o tudo? Almejas?

Entre o que eu quero e o que eu não posso ter

Apenas suponho as possibilidades.

No lugar de ponto final...

...reticências...


Elaine Maia

Assim como o indizível só pode ser alcançado através das palavras

Elas usadas de um modo especial inauguram algo

Inaugura eu e você

A unificação da pluralidade, a união.

Usando eu palavras insubstituíveis falo o que é indizível. Inalcançável!

Na cumplicidade de um olhar

E, cada gesto testifico, vejo.

Consciente e inconsciente, os contrários, o vário e o mesmo.

Captura e inaugura. O primeiro e o eterno.

O que ainda não houve, não por vontade de não ter havido

Mas por falta de um instante nosso.

E o que não sai do pensamento o não ocorrido

E que não sai da lembrança o arrependimento de algo de relance.

De tão perto podíamos sentir a respiração...a nossa...

E de tão longe ...a vontade que passou mas continuou depois...nos pensamentos...

O ato não acontecido, na plasmação dos sentidos, na fusão dos desejos, na vontade d’um beijo... inaugural, total, o primeiro...nunca igual aos outros que se seguiriam incansáveis da busca.

Mas aquele de principio ...o não ocorrido...

Aquele que sem acontecer anula os outros.

O instante, os segundos que passariam lentos no relógio do pensamento.

O conhecedor do contato. Aquele que seria o descobridor do ser no outro...

Assim é o primeiro...

O fruto da vontade de dois...

Vontade de um..

De outro

Um e dois

Um

Nós...

Elaine Maia

DESISTÊNCIA

Ao mesmo tempo que escrevo

Meu coração palpita à desistência.

Joguei a toalha, me rendo...

Me rendo ao dia em que pensei que fosse possivel

Que fosse viável...

Desisto!

Uma última conversa antes do fim.

É a razão que me confronta com a realidade

Mas uma realidade solta aos meus olhos

Que não cruzaram com os seus em concordância

Que não souberam a hora certa de agir

Que se perderam em ti

Agora? Tarde demais!!

Elaine Maia

sexta-feira, 11 de dezembro de 2009
















Decadência
Decaio todas as vezes que lembro estar sozinha
Decaio todas as vezes que penso estar perto, porém estou longe
Decaio sempre que estou ao teu lado e algumas horas depois encontro-me distante
Decaio sempre que tento entender o teu coração
Decaio sempre quando imagino estar dormindo contigo, mas ao levantar-me percebo que tudo não passou de um lindo sonho
E então vivo...
Vivo a realidade, que é tê-lo longe, mesmo perto
Abraçá-lo sempre que possível
Porém nunca dizer te amo olhando nos olhos
Por quê? A razão distrai a emoção
Por quê? A realidade leva a fantasia à decadência...
E eu? Decaio sempre quando me lembro que te amo...
E assim vejo que é preciso desistir do que não pude ter... Você
E eu? Decadência que decaio e vou, vou, a decair...
Gerluce Sales